Sites Grátis no Comunidades.net Criar um Site Grátis Fantástico

"EDUCAR PARA ELEVAR"


 

Fac. de Filosofia de Alagoas

UFAL - FILOSOFIA 57 ANOS: Educação, História e Contra-história

Aos 16 dias do mês de junho de 1950, às 15h, noauditório do colégio Guido de Fontgalland, foi fundada a Faculdade de Filosofia de Alagoas. Os primeiros vestibularesforam realizados em fevereiro de 1952. Tendo como diretores oPadre Teófanes Augusto Barros e o Professor Teobaldo Augusto Barros.

A Universidade Federal de Alagoas maior instituição pública de ensino superior do Estado foi criada em 25 de janeiro de 1961, por ato do então presidente Juscelino Kubitscheck,visando atender as reivindicações do movimento estudantil, de parlamentares, de professores e de toda comunidade alagoana. Naquele momento era imperativo que todos se reunissem em torno da grande causa, uma vez que uma Universidade Federal em Alagoas representaria a possibilidade da realização de pesquisas e a formação de profissionais voltados para a realidade local. Diziam os estudantes da década de 60: “O verdadeiro espírito universitário seria formado pela atenção aos problemas do Estado, buscando soluções específicas”. Assim, ao completar 57 anos de fundação do Curso de Filosofia no estado de Alagoas, faz-se necessário refletir sobre alguns pontos fundamentais no que diz respeito à discussão da função da Universidade pública dentro de uma sociedade elitista e consumista. Como também, o questionamento do papel do educador numa das épocas mais contrarevolucionarias que a história da humanidade já produziu. Fazer filosofia em tempos de crise, talvez seja esse nosso grande desafio. Propor um olhar sobre si mesmo e sobre o outro. E acima de tudo, “educar para a revolta”.

Em “Educação Para Além do Capital”, o pensador húngaro István Mészáros, nos ensina que é necessário pensar aeducação do ponto de vista do ser Humano e para que tal perspectiva se efetue é necessário romper com a lógica desumanizadora do capital. A universidade não deve produzir fantoches do mercado de trabalho. Esse fantasma que assombraa nova ordem da economia mundial: o “Mercado”. Em nome doMercado nossa sociedade comete os maiores crimes contra a educação. “A educação não é uma mercadoria”, e a universidade deve romper com essa estrutura mercadológica. Em uma época que pensar tornou-se algo extremamente difícil e arriscado, devemos nos perguntar qual deve ser a função social do filósofo? Ou ainda se tal empreendimento representauma função social? E qual o lugar da filosofia na sociedade de consumo?Pensar a contracultura, pensar a práxis, fazer a práxis e atuar. Atuar nos limites de exaustão. O filósofo não pode estar àmargem do processo de construção da sociedade. O filósofo, ao contrario, deve estar à frente criando a práxis. Marx escreveu que “Os homens fazem a história, embora nem sempre saibam a história que fazem”. É preciso uma consciência de época, um olhar sobre si, um olhar sobre a barbárie. Precisamos construir um conceito de história que corresponda a essa verdade. Como nos ensina Walter Benjamin: precisamos romper com o Continuum da história. Devemos construir a história do miserável, a história do oprimido, a história que realmente podemos compreender: a história da barbárie. A história do vencedor não nos interessa. Só assim, poderemos nos fortalecer enquanto sujeitos identificados historicamente para romper com a maquina da alienação.

Nosso papel dentro da universidade não deve estar restrito aos âmbitos institucionais do complexo acadêmico. Devemos ir além, devemos criar a nossa história. Não podemos aceitar que a educação seja moeda de troca nas esferas do capital. A educação não deve ser transformada em mercadoria. Faça-mos a história.

 Centro Acadêmico do Curso de Filosofia